(Imagem retirada da Internet)
Vamos todos ficar bem, este é o
lema atual dos Portugueses. E vamos mesmo, ontem, alguém muito especial
enviou-me esta mensagem: “O pensamento positivo tem de permanecer. Juntos somos
mais fortes e não tarda nada vamos conseguir dizer que superámos este obstáculo
que se colocou no nosso caminho e abraçar quem mais gostamos. Alturas como esta
fazem-nos pensar e dar mais valor a quem nos rodeia. Gosto muito de ti”.
O pensamento positivo, a força de
vontade e o espírito de quem acredita são os ingredientes principais neste momento de dificuldade. Acreditem,
não basta dizer, temos de acreditar. A esperança é a última a morrer.
Bom, vou começar pelo início,
lembro-me de estar a jantar em Dezembro e ouvir falar sobre o “vírus chinês”
como diz Trump e que este se tinha propagado na China. Eu, como futura
jornalista e escritora, vejo os telejornais todos os dias e leio notícias no
jornais online, vejo, oiço e leio muita coisa ao longo dos dias e por esse
motivo informei-me sobre o vírus, mas como é evidente não dei a importância que
dou atualmente. Os meses foram passando e a situações começou com o passar do
tempo a ficar preocupante. Itália, a grande atingida, onde tenho amigos que me
mandavam mensagens a explicar a situação do país e que me deixavam de coração
nas mãos. No entanto, tal como todos os outros portugueses, continuei a minha
vida com normalidade. Iniciei o meu estágio dia 2 de Março, o que coincidiu com o inicio do
Covid-19 em Portugal.
Mais cedo do que muitos dos meus
amigos e familiares percebi a gravidade da situação, apesar de me dizerem coisas
como: “isto é apenas mais uma gripe, trata-se da mesma maneira, só morrem
pessoas com outros problemas”. Tentei convencer-me disso durante alguns
momentos, no entanto todos os dias tinha cada vez mais informação e informação,
vi-a tudo a acontecer e sentia na pele. Verdade seja dita, quem vai do Algarve
para Lisboa, sente uma diferença, eu sentia tudo com mais intensidade. Infelizmente
ainda hoje à pessoas irresponsáveis que continuam a sair à rua quando não é
estritamente necessário, quarentena não são férias, se estão a ler isso, fiquem
em casa e ganhem noção, pelo bem de todos.
Lembro-me de ter um aniversário em
Março, e quando as coisas começaram a apertar, disse que não iria e aconselhei
a que não existisse o mesmo. Vários foram os comentários a dizer: “um jantar
não faz mal a ninguém”, eu e quem tinha a mesma opinião que eu, tentamos
alertar para a inteligência e respeito comum, um jantar com mais de 20 pessoas
não faz mal? Faz, fazia muito, felizmente a aniversariante foi prudente e
cancelou o jantar. Hoje em dia, as pessoas com aquela opinião desinformada são
hipócritas e apelam para ficar em casa, diziam-se na altura informadas, mas
não, uma pessoa informada, saberia a situação do país, teria noção que estaria
a por em perigo, a sua vida e a dos outros. Apelo à vosso bom senso, parem com
o uso de luvas e mascaras sem consciência, e não as deitem para o chão!!!!!!!
Não podem estar mais de
3 pessoas na rua juntas, parece que estamos num pré 25 de Abril e não há
liberdade, porque somos presos se desrespeitarmos as regras, mas isto é apenas
pelo nosso bem, pela nossa saúde! Façam o que vos pedem por favor, porque isto
não tem nada a ver com o 25 de Abril, aqui somos livres. Sei que somos um povo
latino, adoramos abraços e beijinhos, mas tem de ser, somos calorosos, no
entanto em breve vamos poder voltar a espalhar a nossa essência. (Só uma
pequena nota neste tema, não tenham medo de se olhar, mesmo que seja de longe,
de acenar e de mostrar educação, o vírus não passa com olhares!).
Voltando ao que estava a dizer, estamos agora em Estado de Emergência, já fecharam escolas, já fui à
farmácia e fui atendida através de uma câmara, já fui ao supermercado e tive de
esperar numa fila (por favor parem de levar tudo dos supermercados, incluindo o
papel higiénico, é absurdo vocês não pensam nos outros? Não deixem tudo
desarrumando como vejo todos os dias em fotos), já vi muitos eventos a serem
cancelados, já vi pessoas a baterem palmas em agradecimento aos profissionais
de saúde, a cantar o hino ou simplesmente a cantar. O meu país e o mundo está
de pernas para o ar, e estou com medo, …estou, seria estúpida se não estivesse
mas, tenho visto uma onde de união e força que me deixa de coração mais
tranquilo. Nem tudo é mau, tem nascido todos os dias projetos para ajudar o próximo
e os doentes com mais risco como o Vizinho Amigo ou as próprias câmaras municipais com linhas de apoio e medidas para
ajudar. Claro que, bombeiros, polícias entre muitos outros estão a ter um papel
fulcral na diminuição da propagação do vírus, para não falar dos profissionais
de saúde… é claro! No entanto, não devemos descurar todos aqueles que trabalham
todos os dias, podendo em risco a sua vida para que não nos falte nada, como
jornalistas que nos fazem chegar a informação (leiam apenas a boa
informação e fidedigna), ou trabalhadores de supermercado, CTT, entre muitos
outros. Mais uma coisa, não abandonem os vossos animais, eles não transmitem o
COVID-19!!!! Somos todos responsáveis e heróis nesta batalha.
Dou-vos mais um exemplo, que no
outro dia no Facebook li: “Ela é a
avó de Coonie Ansaldi, tem 96 anos e é sobrevivente do Holocausto e disse-lhe:
" Eu estive 3 anos escondida em um poço debaixo da terra para que não me
matem e 2 anos no gueto sem tomar banho E quase sem comida. As pessoas não
aguentam 2 semanas em suas casas?" Ponham os olhos nesta senhora, reflitam
e tirem as vossas conclusões. Aqueles tempos em que a ameaça não era um vírus
mas os nazis e o Hitler que todos os dias faziam rusgas para apanhar judeus e
os mandar para campos de concentração. Imaginem o caos, viver num campo de
concentração, ou ficar dois anos no gueto (à semelhança de Anne Frank) sem
banhos, pouca comida, sem música, televisão, sem internet, sem conforto, apenas
como barulho ambiente, as bombas. E vocês não são capazes de ficar em casa?
Espero que com esta pandemia, as
pessoas mudem a maneira de ser e agir, que o mundo mude e aprenda. Não falo só
agora, falo depois. A força e união não é só para já, é para sempre. A mim já
mostraram essa bondade. O meu carro ficou sem bateria, e uma pessoa, que mal
conhecia (geralmente são aqueles que mais nos surpreendem), mostrou-se super
simpática e veio ajudar-me, sem um carro, não era possível ir ao supermercado
ou à farmácia, e este é um dos motivos que me dá esperança, a bondade do ser
humano, ainda não está tudo perdido. Eu acredito em nós.
As touradas também foram suspensas
e o CO2 diminuiu a nível mundial, em Veneza vemos as águas límpidas onde os
animais voltam passado tantos anos, como cisnes e golfinhos. Fico também feliz
que já estejam a ajudar os sem-abrigo, que estavam ainda mais expostos e
desprotegidos que nós que temos uma casa e que as pessoas estejam a optar por ir a pequenos mercados. O mundo precisava de uma pausa, que seja um
abre olhos e que tomemos isto como lição! Vamos mudar.
A nível económico, só posso dizer
que me preocupa, mas sei que os países vão fazer de tudo para que nada de mal
nos aconteça. Mais uma vez digo, nem tudo é mau e apesar de sermos afastados
das pessoas que mais amamos, também temos mais tempo para nos dedicarmos aquilo
que mais gostamos, partilhar tempo com a nossa família, jogar jogos, ler, o que
seja… Aproveitem agora para se organizar! Basta seguirem as regras para que cheguemos
ao mesmo ponto em que está Espanha ou Itália e assim os nossos profissionais de
saúde não terão de fazer escolhas! É fulcral!
O futebol também já mostrou a sua
solidariedade com doações. Fomos brindados com diretos no Instagram de músicos,
humoristas e dançarinos para espalhar a
sua arte e manter as pessoas no conforto dos seus lares. Parabéns pela
iniciativa. Também eu me estou a dedicar mais ao meu blog, como podem ver, e quando isto acabar, prometo continuar. Ponham séries e filmes em dia,
apanhem sol e sorriam muito.
Por fim, quero apenas deixar uns
últimos avisos, pensamentos ou ideias. Um vírus chegou ao mundo para mostrar
que somos todos iguais, somos todos humanos. E espero do fundo do coração que
este tempo sem carinho, faça o mundo perceber que o que mais precisamos é de
amor. Tenho orgulho em ser Portuguesa. Apesar de tudo não se esqueçam de se
respeitarem, somos todos diferentes. Ajudem, apoiem sejam bons, sejam humanos,
ajudem porque sentem e não pelas aparências. Por esse motivo fizemos esta
bandeira da esperança, para mostrar que nós ACREDITAMOS! Vamos todos ficar bem.
Carolina Figueiras
Nenhum comentário:
Postar um comentário