24 de março de 2020

Vamos todos ficar bem



 (Imagem retirada da Internet)

Vamos todos ficar bem, este é o lema atual dos Portugueses. E vamos mesmo, ontem, alguém muito especial enviou-me esta mensagem: “O pensamento positivo tem de permanecer. Juntos somos mais fortes e não tarda nada vamos conseguir dizer que superámos este obstáculo que se colocou no nosso caminho e abraçar quem mais gostamos. Alturas como esta fazem-nos pensar e dar mais valor a quem nos rodeia. Gosto muito de ti”.  

O pensamento positivo, a força de vontade e o espírito de quem acredita são os ingredientes  principais neste momento de dificuldade. Acreditem, não basta dizer, temos de acreditar. A esperança é a última a morrer.

Bom, vou começar pelo início, lembro-me de estar a jantar em Dezembro e ouvir falar sobre o “vírus chinês” como diz Trump e que este se tinha propagado na China. Eu, como futura jornalista e escritora, vejo os telejornais todos os dias e leio notícias no jornais online, vejo, oiço e leio muita coisa ao longo dos dias e por esse motivo informei-me sobre o vírus, mas como é evidente não dei a importância que dou atualmente. Os meses foram passando e a situações começou com o passar do tempo a ficar preocupante. Itália, a grande atingida, onde tenho amigos que me mandavam mensagens a explicar a situação do país e que me deixavam de coração nas mãos. No entanto, tal como todos os outros portugueses, continuei a minha vida com normalidade. Iniciei o meu estágio dia 2 de Março, o que coincidiu com o inicio do Covid-19 em Portugal.

Mais cedo do que muitos dos meus amigos e familiares percebi a gravidade da situação, apesar de me dizerem coisas como: “isto é apenas mais uma gripe, trata-se da mesma maneira, só morrem pessoas com outros problemas”. Tentei convencer-me disso durante alguns momentos, no entanto todos os dias tinha cada vez mais informação e informação, vi-a tudo a acontecer e sentia na pele. Verdade seja dita, quem vai do Algarve para Lisboa, sente uma diferença, eu sentia tudo com mais intensidade. Infelizmente ainda hoje à pessoas irresponsáveis que continuam a sair à rua quando não é estritamente necessário, quarentena não são férias, se estão a ler isso, fiquem em casa e ganhem noção, pelo bem de todos.

Lembro-me de ter um aniversário em Março, e quando as coisas começaram a apertar, disse que não iria e aconselhei a que não existisse o mesmo. Vários foram os comentários a dizer: “um jantar não faz mal a ninguém”, eu e quem tinha a mesma opinião que eu, tentamos alertar para a inteligência e respeito comum, um jantar com mais de 20 pessoas não faz mal? Faz, fazia muito, felizmente a aniversariante foi prudente e cancelou o jantar. Hoje em dia, as pessoas com aquela opinião desinformada são hipócritas e apelam para ficar em casa, diziam-se na altura informadas, mas não, uma pessoa informada, saberia a situação do país, teria noção que estaria a por em perigo, a sua vida e a dos outros. Apelo à vosso bom senso, parem com o uso de luvas e mascaras sem consciência, e não as deitem para o chão!!!!!!!

Não podem estar mais de 3 pessoas na rua juntas, parece que estamos num pré 25 de Abril e não há liberdade, porque somos presos se desrespeitarmos as regras, mas isto é apenas pelo nosso bem, pela nossa saúde! Façam o que vos pedem por favor, porque isto não tem nada a ver com o 25 de Abril, aqui somos livres. Sei que somos um povo latino, adoramos abraços e beijinhos, mas tem de ser, somos calorosos, no entanto em breve vamos poder voltar a espalhar a nossa essência. (Só uma pequena nota neste tema, não tenham medo de se olhar, mesmo que seja de longe, de acenar e de mostrar educação, o vírus não passa com olhares!).

Voltando ao que estava a dizer, estamos agora em Estado de Emergência, já fecharam escolas, já fui à farmácia e fui atendida através de uma câmara, já fui ao supermercado e tive de esperar numa fila (por favor parem de levar tudo dos supermercados, incluindo o papel higiénico, é absurdo vocês não pensam nos outros? Não deixem tudo desarrumando como vejo todos os dias em fotos), já vi muitos eventos a serem cancelados, já vi pessoas a baterem palmas em agradecimento aos profissionais de saúde, a cantar o hino ou simplesmente a cantar. O meu país e o mundo está de pernas para o ar, e estou com medo, …estou, seria estúpida se não estivesse mas, tenho visto uma onde de união e força que me deixa de coração mais tranquilo. Nem tudo é mau, tem nascido todos os dias projetos para ajudar o próximo e os doentes com mais risco como o Vizinho Amigo ou as próprias câmaras municipais com linhas de apoio e medidas para ajudar. Claro que, bombeiros, polícias entre muitos outros estão a ter um papel fulcral na diminuição da propagação do vírus, para não falar dos profissionais de saúde… é claro! No entanto, não devemos descurar todos aqueles que trabalham todos os dias, podendo em risco a sua vida para que não nos falte nada, como jornalistas que nos fazem chegar a informação (leiam apenas a boa informação e fidedigna), ou trabalhadores de supermercado, CTT, entre muitos outros. Mais uma coisa, não abandonem os vossos animais, eles não transmitem o COVID-19!!!! Somos todos responsáveis e heróis nesta batalha.

Dou-vos mais um exemplo, que no outro dia no Facebook li: “Ela é a avó de Coonie Ansaldi, tem 96 anos e é sobrevivente do Holocausto e disse-lhe: " Eu estive 3 anos escondida em um poço debaixo da terra para que não me matem e 2 anos no gueto sem tomar banho E quase sem comida. As pessoas não aguentam 2 semanas em suas casas?" Ponham os olhos nesta senhora, reflitam e tirem as vossas conclusões. Aqueles tempos em que a ameaça não era um vírus mas os nazis e o Hitler que todos os dias faziam rusgas para apanhar judeus e os mandar para campos de concentração. Imaginem o caos, viver num campo de concentração, ou ficar dois anos no gueto (à semelhança de Anne Frank) sem banhos, pouca comida, sem música, televisão, sem internet, sem conforto, apenas como barulho ambiente, as bombas. E vocês não são capazes de ficar em casa?

Espero que com esta pandemia, as pessoas mudem a maneira de ser e agir, que o mundo mude e aprenda. Não falo só agora, falo depois. A força e união não é só para já, é para sempre. A mim já mostraram essa bondade. O meu carro ficou sem bateria, e uma pessoa, que mal conhecia (geralmente são aqueles que mais nos surpreendem), mostrou-se super simpática e veio ajudar-me, sem um carro, não era possível ir ao supermercado ou à farmácia, e este é um dos motivos que me dá esperança, a bondade do ser humano, ainda não está tudo perdido. Eu acredito em nós.

As touradas também foram suspensas e o CO2 diminuiu a nível mundial, em Veneza vemos as águas límpidas onde os animais voltam passado tantos anos, como cisnes e golfinhos. Fico também feliz que já estejam a ajudar os sem-abrigo, que estavam ainda mais expostos e desprotegidos que nós que temos uma casa e que as pessoas estejam a optar por ir a pequenos mercados.  O mundo precisava de uma pausa, que seja um abre olhos e que tomemos isto como lição! Vamos mudar.

A nível económico, só posso dizer que me preocupa, mas sei que os países vão fazer de tudo para que nada de mal nos aconteça. Mais uma vez digo, nem tudo é mau e apesar de sermos afastados das pessoas que mais amamos, também temos mais tempo para nos dedicarmos aquilo que mais gostamos, partilhar tempo com a nossa família, jogar jogos, ler, o que seja… Aproveitem agora para se organizar! Basta seguirem as regras para que cheguemos ao mesmo ponto em que está Espanha ou Itália e assim os nossos profissionais de saúde não terão de fazer escolhas! É fulcral!

O futebol também já mostrou a sua solidariedade com doações. Fomos brindados com diretos no Instagram de músicos, humoristas e dançarinos para  espalhar a sua arte e manter as pessoas no conforto dos seus lares. Parabéns pela iniciativa. Também eu me estou a dedicar mais ao meu blog, como podem ver, e quando isto acabar, prometo continuar. Ponham séries e filmes em dia, apanhem sol e sorriam muito.

Por fim, quero apenas deixar uns últimos avisos, pensamentos ou ideias. Um vírus chegou ao mundo para mostrar que somos todos iguais, somos todos humanos. E espero do fundo do coração que este tempo sem carinho, faça o mundo perceber que o que mais precisamos é de amor. Tenho orgulho em ser Portuguesa. Apesar de tudo não se esqueçam de se respeitarem, somos todos diferentes. Ajudem, apoiem sejam bons, sejam humanos, ajudem porque sentem e não pelas aparências. Por esse motivo fizemos esta bandeira da esperança, para mostrar que nós ACREDITAMOS! Vamos todos ficar bem.

Carolina Figueiras


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