15 de abril de 2018

“Mystery of love”

Neste momento, milhões de pessoas estão a nascer, outras tantas a chorar, muitas a sorrir e a maioria a amar, mas o  que é o amor afinal?

Qual é a sensação de um amor correspondido ou de um desgosto amoroso? Porque é que o primeiro amor nunca se esquece? Qual é a definição de amor verdadeiro e quem ama realmente?
Um amor descontrolado, um coração partido, mas o mundo gira, a vida não para e lá fora tudo continua, mesmo que o nosso mundo tenha desabado. Emoções e sentimentos, com intensidades diferentes, vividas de formas diferentes, porque o ser humano é também ele diferente. Especial.

Choramos, mas choramos porquê ?... choramos porque perdemos alguém, porque nos perdemos a nós, porque estamos sozinhos no mundo, ou porque pensamos estar, porque não existe dor maior, não existe maior sofrimento, perda ou falta… Estamos incompletos. Achar a peça do puzzle que faltava e perdê-la novamente é uma catástrofe.

As memórias matam. Lembranças e promessas também. Como é bom recordar momentos passados com alguém que amamos e que nos ama, mas não é uma tortura quando separados? Lembrar o olhar, o primeiro beijo, o primeiro toque, as primeiras palavras,  as primeiras lágrimas, as primeiras barreiras e muros criados. 

Afinal o que é amar? Quem sabe…duas pessoas amam-se mas não foram feitas para ficar juntas, amam-se mas não se completam… mas e quando se amam, e falo de amor verdadeiro, mas não podem ficar juntas, o que as proíbe? Eu ? Tu? A sociedade? Porque é que temos de amar homens ou mulheres, raparigas ou rapazes, ou até mesmo corpos ? Nós não somos só corpos, não, nós somos almas também. Eu amo pessoas, seres humanos, não corpos. Almas. Nunca te perguntaste como seria o mundo se não existisse corpos mas apenas almas? Como seria o amor? Almas sem sexo, tantos problemas terminados, e porque? Porque finalmente o amor seria vivido, sem barreiras e preconceitos. Como seria lindo, conhecer alguém sem pensar no aspeto, como seria lindo ser feliz sem ter de esconder a felicidade ou até escolhe-la. Como seria lindo….

O pensamento de que as mulheres são meros objetos de reprodução é triste. A forma como a sociedade esta organizada, ou talvez, desorganizada, é ainda mais triste, se não angustiante. Porque não posso ser uma alma que ama outras almas? Não seriamos muito mais felizes?... mas o que é que é ser feliz? Não somos todos seres humanos? Todos tão iguais, mas tão diferentes, sim, então porque não evoluir ?

Chega de etiquetar ou legendar as pessoas, chega de as rotular ou categorizar. Nós somos pessoas, somos o que somos! Somos almas e isso devia chegar! Já pensaram que num mundo apenas de almas não haveria o problema de um amor entre duas pessoas do mesmo sexo ou de idades muito diferentes? Pois. Quando esse amor acontece, é porque as pessoas veem para além das barreiras, para além dos corpos. Elas conhecem-se, são puras e felizes. Imaginem um mundo onde duas pessoas se apaixonam e todos os dias acordam em corpos diferentes, o corpo seria um problema? Não. Porque o que importa é quem lá está, o interior, a alma e a essência. Isto se for amor, claro. Para isso, tem de se amar, tem de se sentir, tem de se viver intensamente.

A minha questão é a seguinte, será que duas pessoas que se amam, que se amam de verdade e não ficam juntas porque “não podem”, e não podem porque a sociedade o impõem, merecem? O que é mais importante? O que os outros pensam? As aparências ou os nossos sentimentos? Ser feliz temporariamente e saber que é temporário…, é terrível.
Passar bons momentos, e ter que os apagar para que a dor passe é péssimo…, mas nunca passa. Apagar não é possível. A dor só é atenuada e nunca apagada. Leva menos de um segundo para nos apaixonarmos, mas mais tanto tempo para deixar-mos de o estar. Amar alguém, ter  bons momentos, ser feliz, ter memorias e sorrisos, e de um momento para o outro tiram-nos o tapete ou ficamos sem chão. Porque não somos almas afinal? Eu sei que temos de sofrer para saber o que é amar, mas precisamos de amar para sofrer?

Sim, o amor é um mistério.


Carolina Figueiras

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