(Imagem retirada da Internet)
Ainda não tinha
aberto os olhos e já pensava: “Mais um dia de escola”. Voltei-me para o outro
lado da cama para dormir nem que fosse por mais um minuto.
A minha mãe gritou-me
da casa de banho: “Despacha-te, senão o vais chegar atrasada”.
Endireitei-me e liguei a luz, ouvi outro grito para a desligar e abrir a
persiana. Assim o fiz, ia ainda meio dormente e espreguicei-me. Olho para a
varanda do meu quarto e deparo-me com duas lindas borboletas numa folha de uma
planta. Já mais desperta, viro-me para me vestir, mas paro por uns segundos e
volto para trás. Vejo duas borboletas, mas apenas três asas; falta uma asa para
estar tudo “normal”. Decido que deveria investigar mais de perto, abro a janela
e, nesse preciso momento, as borboletas voam, uma voa com dificuldade enquanto
a outra voa livremente. A borboleta com as duas asas ajuda a borboleta com
apenas uma, suportando-a sempre que necessário. Percebi que se acompanhavam uma
à outra, pois poisaram ambas novamente numa mesma folha de uma mesma planta.
As duas borboletas
não me saíram da cabeça o dia inteiro porque não conseguia decidir se devia
sentir tristeza ou alegria pelo que vi. Por um lado, tristeza porque a
borboleta não podia ser livre e independente como todas as outras; por outro,
felicidade e alegria porque tinha alguém para a apoiar e ajudar. Pensei, pensei
e voltei a pensar e decidi adequar esse acontecimento aos seres humanos. Por
exemplo, as crianças com deficiência são como a borboleta com dificuldades,
podem até não ser independentes e autónomas, mas têm alguém sempre a seu lado a
suportá-las, a apoiá-las e a acarinhá-las. Por isso, se todos ajudarmos essas
crianças mesmo as maiores dificuldades serão atenuadas e aí estaremos a ser, tal
como a borboleta livre, um suporte para todas elas.
Assim, concluo que
nos devemos apoiar uns aos outros, tendo dificuldades ou não. As dificuldades
são apenas mais um incentivo para sustentar aquilo que é mais frágil que nós
próprios.
Carolina
Figueiras
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